
Nacional 2, uma mulher de sonho
REPORTAGEM MULTIMÉDIA
A estrada mais emblemática de Portugal, que liga Chaves a Faro, é sonho de aventureiros, cobiçada por caravanistas, motards, ciclistas… e por nós. Era preciso conhecê-la, tratá-la com o respeito e a atenção que merece. Como em todas as relações, seria importante criar uma ligação sólida, naquela que é uma longa construção. Houve momentos de felicidade, alturas de frustração, mas nos seus 737 quilómetros percorremos as curvas, retas, altos e baixos de uma estrada que, para nós, tem corpo e temperamento de mulher.
ANDRÉ DE ATAYDE
TEXTO E VÍDEO
CARLOS PAES
INFOGRAFIA
NUNO BOTELHO
FOTOGRAFIAS
INÍCIO
TOQUE NAS LOCALIDADES
PARA ABRIR OS CONTEÚDOS
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Vinho tinto para
clientes especiais
clientes especiais
Rumámos a Chaves num sábado de manhã e só voltaríamos a percorrer uma autoestrada quando voltássemos de Faro. De um extremo ao outro, uma estrada muito sensual, analógica, sem portagens nem recurso a GPS. O mais tecnológico era o A/C automático do carro e uma luz que se acende nos espelhos laterais quando não podemos ultrapassar. Connosco foi também o adaptador USB para carregar os telemóveis. Sim, levámos telemóveis e fomos partilhando fotografias e vídeos no Facebook e Instagram.
De Chaves conhecíamos o presunto. Como a descida só começava no domingo, tínhamos tempo no quilómetro zero. Percorremos a cidade, na certeza de encontrar um motivo de reportagem. Em vão. Desiludidos, fomos jantar. Na pensão onde dormiríamos aconselharam-nos a Taberna Benito. Estava cheia e a espera “é de uma hora”, alertou-nos Rui Benito, o empregado. “Ides comer uma posta de outro mundo e ainda bebeis um belo tinto da casa, só para clientes especiais”. Dito e feito.
De Chaves conhecíamos o presunto. Como a descida só começava no domingo, tínhamos tempo no quilómetro zero. Percorremos a cidade, na certeza de encontrar um motivo de reportagem. Em vão. Desiludidos, fomos jantar. Na pensão onde dormiríamos aconselharam-nos a Taberna Benito. Estava cheia e a espera “é de uma hora”, alertou-nos Rui Benito, o empregado. “Ides comer uma posta de outro mundo e ainda bebeis um belo tinto da casa, só para clientes especiais”. Dito e feito.
Dia seguinte, a dúvida: que tem Chaves para nos oferecer? A altura de fazer o presunto é no inverno, com frio, portanto não havia oportunidade para acompanhar, pelo menos, uma parte do processo de fabrico. Então o que é que podíamos fazer? Se não há fumeiro, há arroz do mesmo. “Nascido” no Restaurante Carvalho, no centro histórico junto às termas, tornou-se uma das iguarias da região. Como só se copia o que é bom, hoje o prato está espalhado por todo o distrito de Vila Real. Mas este é diferente. Palavra de quem o confeciona. “Somos nós que fazemos o fumeiro todo que usamos no restaurante, não compramos nada”, disse-nos Ilda Lobo, proprietária do espaço. Estava decidido, ficaríamos a observar (e a tentar aprender) como se faz o famoso arroz, cujo segredo também reside no caldo, que não tivemos direito a saber como se confeciona. Percebe-se porquê assim que termina a primeira garfada.
Empanturrados, com a certeza de que em Chaves se come muito bem, e prontos para a primeira etapa do nosso percurso, o que apetecia mesmo era uma água com gás para ajudar na digestão (conseguir comer uma dose de arroz de fumeiro ao almoço revelou-se uma tarefa complicada). Correndo o risco de parecer mentira, à nossa frente estava a placa com o nome da terra onde nasce a água gaseificada mais famosa do país, Pedras Salgadas. Será que na fábrica nos vendem uma garrafa? Não perguntámos, mas tivemos direito a visita guiada, o que ajudou na digestão do almoço. Lá dentro há laboratórios de análise da qualidade da água, tapetes rolantes cheios, uns com garrafas de plástico, outros de vidro. Há litro e meio, 33 e 20 cl. Com e sem sabor. Há o mundo da água com gás.
CHAVES
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Roça roça em Vidago
Visita feita, altura de andarmos ligeiramente para trás, rumo a Vidago, onde íamos dormir. Surpresa das surpresas, são as festas da vila e há bailarico montado num palco de fazer inveja a alguns festivais, com direito a ecrã gigante, luzes led, quatro ou cinco moças, com saias reduzidas, a cantar e a dançar. Era preciso exercitar as pernas, por isso fomos para a fila da frente. Se lá atrás o amontoado de gente era grande, junto ao palco havia uma certa timidez; apenas quatro ou cinco duplas acompanhavam o ritmo da música popular portuguesa com, por vezes, sotaque açucarado. Certo é que o ambiente foi aquecendo, o popular português deu lugar ao kizomba… e houve ‘roça roça’. Aqui, tal como aconteceria no Alentejo, as mulheres dançam em maior número, fazendo par umas com as outras. Os homens preferem vê-las dançar e ficar a beber mínis no balcão improvisado.
VIDAGO
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O fado é que educa,
o vinho é que 'instrói'
o vinho é que 'instrói'
A chegada a Vila Pouca de Aguiar estava prevista para as 18h. Havia eleição da “Miss Capital do Granito” e o Expresso integrava o júri. Para que nao houvesse falhas, uma reunião às 19h acertava todos os detalhes; as raparigas desfilam quatro vezes: primeiro de branco, depois em estilo casual, fato de banho e, por fim, vestido de noite. A pontuação vai dos cinco aos dez. Aqui não se dão zeros. Muito bem, pensamos, vamos a isso.
Reunião terminada, o convite para beber um fino no café do senhor António Silva, para quem o Expresso “é o maior jornal do mundo”. Com a bebida chegou a canção, não sem antes surgir o dito popular: “o fado é que educa, o vinho é que instrói”. Palavras sábias de um homem que, segundo os amigos, “anda na linha, porque a mulher manda nele”. Não obtivemos confirmação. A verdade é que assim que o Sr. António começou a entoar os primeiros versos da canção, a mulher veio espreitar com cara de poucos amigos. Nada que demovesse o cancioneiro, que nos brindou com uma música ligeiramente partidária.
Reunião terminada, o convite para beber um fino no café do senhor António Silva, para quem o Expresso “é o maior jornal do mundo”. Com a bebida chegou a canção, não sem antes surgir o dito popular: “o fado é que educa, o vinho é que instrói”. Palavras sábias de um homem que, segundo os amigos, “anda na linha, porque a mulher manda nele”. Não obtivemos confirmação. A verdade é que assim que o Sr. António começou a entoar os primeiros versos da canção, a mulher veio espreitar com cara de poucos amigos. Nada que demovesse o cancioneiro, que nos brindou com uma música ligeiramente partidária.
“Se eu fosse carpinteiro/ Casava com uma ceifeira / Juntava o martelo à foice /
Fazia a nossa bandeira. Se eu fosse uma ceifeira / Casava com um carpinteiro /
Juntava o martelo à foice / Conquistava o mundo inteiro. Levanta-te ó milionário /
Que vai o enterro a passar / Da filha de um operário/Que morreu a trabalhar.”
Fazia a nossa bandeira. Se eu fosse uma ceifeira / Casava com um carpinteiro /
Juntava o martelo à foice / Conquistava o mundo inteiro. Levanta-te ó milionário /
Que vai o enterro a passar / Da filha de um operário/Que morreu a trabalhar.”
Terminado o momento alto de início de noite, fomos jantar. O desfile começava às 21h45 e o Expresso tinha de marcar presença, pontualmente. Como era sabido, as raparigas desfilariam quatro vezes. No meio de cada passagem, um momento de dança ou musical, com artistas da terra. Até aqui tudo bem, não fosse o frio e o facto de termos deixado os casacos no hotel. A missão ficou ligeiramente mais difícil, mas o profissionalismo e o olhar crítico estiveram sempre lá. Durante quase quatro horas.
Desfile terminado, Miss escolhida, altura de ir dormir, não sem antes entrevistar a vencedora.
Desfile terminado, Miss escolhida, altura de ir dormir, não sem antes entrevistar a vencedora.
VILA POUCA DE AGUIAR
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À medida que as pernas foram perdendo força
Destino: Peso da Régua, onde nos esperava o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Manuel de Novaes Cabral, e uma aula de história sobre a região do Douro Vinhateiro.
Antes da conversa, a iguaria local. Na estação duas mulheres perguntam de queremos rebuçados. “Vários sacos, ainda temos muitos quilómetros pela frente.” No negócio ficámos a saber que são feitos à mão, em casa, diariamente, pela mãe de uma delas, a Dona Rosa de 85 anos. Fomos conhecê-la. Sem máquina fotográfica, nem de filmar. De nove filhos, restam-lhe cinco, todos criados "a rebuçados". Passou o testemunho à medida que as pernas perderam força. Voltou a vender, ao sábado e domingo de manhã, fruto dos cortes na pensão, hoje de 200 e poucos euros. “Às vezes começo a fazer rebuçados logo às cinco da manhã e só acabo à meia-noite”, diz.
Boca adoçada e alma cheia, seguimos para o IVDP, para a nossa aula de história.
Antes da conversa, a iguaria local. Na estação duas mulheres perguntam de queremos rebuçados. “Vários sacos, ainda temos muitos quilómetros pela frente.” No negócio ficámos a saber que são feitos à mão, em casa, diariamente, pela mãe de uma delas, a Dona Rosa de 85 anos. Fomos conhecê-la. Sem máquina fotográfica, nem de filmar. De nove filhos, restam-lhe cinco, todos criados "a rebuçados". Passou o testemunho à medida que as pernas perderam força. Voltou a vender, ao sábado e domingo de manhã, fruto dos cortes na pensão, hoje de 200 e poucos euros. “Às vezes começo a fazer rebuçados logo às cinco da manhã e só acabo à meia-noite”, diz.
Boca adoçada e alma cheia, seguimos para o IVDP, para a nossa aula de história.
PESO DA RÉGUA
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Vai ser complicado
De volta ao carro e à viagem que nos tínhamos proposto fazer, continuámos pela Nacional 2, com destino a Góis. Curvas, outras tantas contracurvas, paisagens deslumbrantes e pouca gente. Muito pouca gente. Cafés fechados, outros à beira de fechar, duas ou três pessoas a quem levantar a mão em saudação e pouco mais.
Viseu foi apenas ponto de passagem - e difícil. Aqui, a Nacional 2 desaparece e foram precisos cerca de 30 minutos para voltar a encontrá-la. Perguntámos a dois polícias que conversavam junto a uma das inúmeras rotundas da terra. “Boa tarde! Como é que apanhamos a Nacional 2”? “Ora bolas… vai ser complicado. Tem de dar a volta à rotunda, subir por aquela estrada e virar à esquerda na próxima rotunda”, explicou um dos agentes. “Não é nada. Não vês que aquela estrada está cortada?”, gritou o outro. “Não está nada, já abriu”, disse o primeiro. Tic tac… “O melhor é dar a volta à rotunda, subir e quando chegarem lá a cima, perguntam”, voltou a dizer. Foi o que fizemos… e não deu certo. Acabámos por encontrar a estrada ao fim de mais algum tempo e de termos, necessariamente, de entrar num IP.
Viseu foi apenas ponto de passagem - e difícil. Aqui, a Nacional 2 desaparece e foram precisos cerca de 30 minutos para voltar a encontrá-la. Perguntámos a dois polícias que conversavam junto a uma das inúmeras rotundas da terra. “Boa tarde! Como é que apanhamos a Nacional 2”? “Ora bolas… vai ser complicado. Tem de dar a volta à rotunda, subir por aquela estrada e virar à esquerda na próxima rotunda”, explicou um dos agentes. “Não é nada. Não vês que aquela estrada está cortada?”, gritou o outro. “Não está nada, já abriu”, disse o primeiro. Tic tac… “O melhor é dar a volta à rotunda, subir e quando chegarem lá a cima, perguntam”, voltou a dizer. Foi o que fizemos… e não deu certo. Acabámos por encontrar a estrada ao fim de mais algum tempo e de termos, necessariamente, de entrar num IP.
O calor do interior do país ia deixando marcas. Apetecia mesmo um mergulho numa qualquer praia fluvial. O quilómetro 100 foi deixado para trás à saída de Sande, a primeira marca estava atingida. Havia necessidade de refrescar a alma. Em frente a Penacova e ao lado do parque de campismo está a praia fluvial do Reconquinho. Todos os anos fica cheia de gente, que passa férias longe do mar. À bela paisagem natural juntavam-se algumas raparigas interessantes, de sotaque franco-português e biquínis reduzidos, umas com ‘apetrechos’ mais artificias do que outras.
A Góis chegámos ao final da tarde e o mundo assentou uma palavra: tranquilidade.
A Góis chegámos ao final da tarde e o mundo assentou uma palavra: tranquilidade.
GÓIS
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Quem não tiraria
uma selfie?
uma selfie?
Violeta também
é nome de raia
é nome de raia
Sono dormido, forças recuperadas, altura de seguir até ao verdadeiro centro do país. Vila de Rei, mais concretamente o marco geodésico que assinala o meio e a virtude de Portugal. Isso e a vista imensa que o olhar nem sempre alcança. Para lá chegar, a paragem obrigatória no café da Picha (quem não tiraria uma selfie?) e a consequente passagem na Venda da Gaita.
Até Mora, a meta do dia, faltava cerca de hora e meia, por isso não havia tempo a perder. A estrada, a nossa fiel companheira por estes dias, já salivava pelo rasto dos pneus do carro. Isso e o nosso apetite, cada vez maior. No caminho, Montargil e a sua enorme barragem. E Mora ali tão perto... Resolvemos parar dez minutos e contemplar a água. Voltaríamos a Montargil à noite para jantar e dormir, não sem antes dar um pulo ao karaoke.
Até Mora, a meta do dia, faltava cerca de hora e meia, por isso não havia tempo a perder. A estrada, a nossa fiel companheira por estes dias, já salivava pelo rasto dos pneus do carro. Isso e o nosso apetite, cada vez maior. No caminho, Montargil e a sua enorme barragem. E Mora ali tão perto... Resolvemos parar dez minutos e contemplar a água. Voltaríamos a Montargil à noite para jantar e dormir, não sem antes dar um pulo ao karaoke.
Nas margens da barragem e porque nesse mesmo dia o Fluviário de Mora recebeu um prémio do Tripadvisor, fomos conhecer o primeiro grande aquário de água doce da Europa, com direito a visita guiada. Entre um sem número de animais, conhecemos a Violeta, uma raia simpática, dócil e muito atenta, que vem comer à mão da bióloga. Tem um senão… é venenosa e isso, parecendo que não, torna tudo mais chato. É muito bonita, desloca-se com uma elegância e leveza inacreditáveis, mas é melhor haver um vidro entre nós.
O Expresso viajou num Mazda CX 5 cedido pela marca
MORA
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O Sinatra de Montargil
O dia ainda tinha algumas horas de vida, Brotas é a 15 minutos de Mora, resolvemos descer até lá. Na hora certa. Dos 43 oleiros que outrora houve na região, encontramos o único resistente, José Carlos. Disse-nos que se tivesse de fazer e oferecer uma peça, seria à Igreja, por respeito e admiração a Deus. Por Este lhe dar a possibilidade de trabalhar todos os dias naquilo que gosta.
Dia longo, refeições trocadas, muita informação para digerir. Fomos jantar e, pensávamos nós, dar o dia por terminado. Errado. À saída do restaurante uma voz fora de tom. Ruas desertas, algo escuras… e música. “Vamos em frente. Não; se calhar é melhor por aqui.” Não era. “É na próxima.” Era. Finalmente o bar e a população jovem de Montargil ali. Resolvemos cantar Frank Sinatra. Não foi bonito, mas somos pessoas de coragem e Montargil nunca mais será o mesmo. Nem nós.
Dia longo, refeições trocadas, muita informação para digerir. Fomos jantar e, pensávamos nós, dar o dia por terminado. Errado. À saída do restaurante uma voz fora de tom. Ruas desertas, algo escuras… e música. “Vamos em frente. Não; se calhar é melhor por aqui.” Não era. “É na próxima.” Era. Finalmente o bar e a população jovem de Montargil ali. Resolvemos cantar Frank Sinatra. Não foi bonito, mas somos pessoas de coragem e Montargil nunca mais será o mesmo. Nem nós.
BROTAS
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Como nós – mas
mais devagar
mais devagar
Amanhecer de sol e calor. A caminho de Castro Verde, pouco depois da saída de Mora, um homem pedalava na berma da estrada. A bicicleta carregada, o ritmo lento de cansaço e o reencontro com o ciclista que tínhamos visto nos arredores da Sertã. Era obrigatório parar para falar com ele. Bom dia!
Da conversa ficámos a saber que estava a fazer o mesmo percurso do que nós, unindo a Nacional 2 pelos pedais da bicicleta. De Faro seguiria para Sines, onde tem família e de lá para São João da Madeira, onde vive. O ciclismo é paixão que ganhou aos 14 anos e desde aí nunca mais parou. 52 anos, reformado, é na estrada que gosta de estar e todos os anos faz um grande percurso. Com feridas, algumas ainda abertas por causa de uma queda que deu “lá mais para trás”, despediu-se e seguiu o seu caminho.
MONTEMOR-O-NOVO
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As fãs de um
cantor romântico
cantor romântico
Castro Verde espera-nos e hoje há concerto de Pedro Miguel numa vila ali ao lado.
A banda toca junta há bastante tempo. Nota-se pela cumplicidade com que falam, discutem e se riem uns dos outros. O backstage era na videoteca de um edifício municipal; cinco ou seis cadeiras, uma ventoinha que, sem sucesso, tentava aliviar o calor e o cheiro a bifanas na brasa.
Como é que um artista se prepara para um concerto na terrinha? Quantos espetáculos faz no verão? Será que as fãs o seguem para todo o lado? Só ele para nos responder…
A banda toca junta há bastante tempo. Nota-se pela cumplicidade com que falam, discutem e se riem uns dos outros. O backstage era na videoteca de um edifício municipal; cinco ou seis cadeiras, uma ventoinha que, sem sucesso, tentava aliviar o calor e o cheiro a bifanas na brasa.
Como é que um artista se prepara para um concerto na terrinha? Quantos espetáculos faz no verão? Será que as fãs o seguem para todo o lado? Só ele para nos responder…
CASTRO VERDE
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A minha sogra sabia
o grau alcoólico
só de bater no copo
o grau alcoólico
só de bater no copo
Adeus, paixão
de verão
de verão
A seguir à noite mais romântica do percurso, a última etapa da nossa viagem e Faro como destino final. Entre nós e o mar estavam duas horas de viagem, a Serra do Caldeirão com as suas curvas e a aguardente de Medronho. Marília Dias Ramos é proprietária de uma destilaria que já vem de geração e que começou no bisavô do falecido marido. Com o passar dos anos, o negócio do medronho foi sofrendo as necessárias alterações. Se antigamente era livre, “hoje as garrafas necessitam de rótulo, com a marca da aguardente e o HCCP”, explica. Também mudou a maneira como se avalia o grau alcoólico. “A minha sogra sabia o grau só de bater no copo. Hoje não pode ser, tem que se mandar analisar”, diz Marília. Tchim tchim e seguimos caminho.
Mais uma curva, mais duas contracurvas, uma reta e, finalmente, o marco dos 737 quilómetros. E o mar ao longe. É Faro. É o fim do percurso. Comemos bife de atum.
Depois do almoço voltámos a Lisboa, com a nossa paixoneta de verão no pensamento. Foi uma semana intensa, com entrega de parte a parte e a separação foi um duro golpe. A A2 foi a nossa companhia até à capital e as tentativas de comparação foram inevitáveis. Apenas tentativas, porque as mulheres mais velhas têm outro encanto. Até breve, mulher de sonho.
Depois do almoço voltámos a Lisboa, com a nossa paixoneta de verão no pensamento. Foi uma semana intensa, com entrega de parte a parte e a separação foi um duro golpe. A A2 foi a nossa companhia até à capital e as tentativas de comparação foram inevitáveis. Apenas tentativas, porque as mulheres mais velhas têm outro encanto. Até breve, mulher de sonho.
FARO
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